domingo, 9 de março de 2014

AULAS DOS TERCEIROS ANOS DE FILOSOFIA E.E. RUI BARBOSA


AULAS DE FILOSOFIA 3º ANOS

Qual é a diferença entre ética e moral?

Podemos responder a esta pergunta com uma história árabe.

Um homem fugia de uma quadrilha de bandidos violentos quando encontrou, sentado na beira do caminho, o profeta Maomé. Ajoelhando-se à frente do profeta, o homem pediu ajuda: essa quadrilha quer o meu sangue, por favor, proteja-me!

O profeta manteve a calma e respondeu: continue a fugir bem à minha frente, eu me encarrego dos que o estão perseguindo.

Assim que o homem se afastou correndo, o profeta levantou-se e mudou de lugar, sentando-se na direção de outro ponto cardeal. Os sujeitos violentos chegaram e, sabendo que o profeta só podia dizer a verdade, descreveram o homem que perseguiam, perguntando-lhe se o tinha visto passar.

O profeta pensou por um momento e respondeu: falo em nome daquele que detém em sua mão a minha alma de carne: desde que estou sentado aqui, não vi passar ninguém.

Os perseguidores se conformaram e se lançaram por um outro caminho. O fugitivo teve a sua vida salva.

A moral incorpora as regras que temos de seguir para vivermos em sociedade, regras estas determinadas pela própria sociedade. Quem segue as regras é uma pessoa moral; quem as desobedece, uma pessoa imoral.

A ética, por sua vez, é a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, que reflete sobre as regras morais. A reflexão ética pode inclusive contestar as regras morais vigentes, entendendo-as, por exemplo, ultrapassadas.

Se o profeta fosse apenas um moralista, seguindo as regras sem pensar sobre elas, sem avaliar as consequências da sua aplicação irrefletida, ele não poderia ajudar o homem que fugia dos bandidos, a menos que arriscasse a própria vida. Ele teria de dizer a verdade, mesmo que a verdade tivesse como consequência a morte de uma pessoa inocente.

Se avaliarmos a ação e as palavras do profeta com absoluto rigor moral, temos de condená-lo como imoral, porque em termos absolutos ele mentiu. Os bandidos não podiam saber que ele havia mudado de lugar e, na verdade, só queriam saber se ele tinha visto alguém, e não se ele tinha visto alguém “desde que estava sentado ali”.

Se avaliarmos a ação e as palavras do profeta, no entanto, nos termos da ética filosófica, precisamos reconhecer que ele teve um comportamento ético, encontrando uma alternativa esperta para cumprir a regra moral de dizer sempre a verdade e, ao mesmo tempo, ajudar o fugitivo. Ele não respondeu exatamente ao que os bandidos perguntavam, mas ainda assim disse rigorosamente a verdade. Os bandidos é que não foram inteligentes o suficiente, como de resto homens violentos normalmente não o são, para atinarem com a malandragem da frase do profeta e então elaborarem uma pergunta mais específica, do tipo: na última meia hora, sua santidade viu este homem passar, e para onde ele foi?

Logo, embora seja possível ser ético e moral ao mesmo tempo, como de certo modo o profeta o foi, ética e moral não são sinônimas. Também é perfeitamente possível ser ético e imoral ao mesmo tempo, quando desobedeço uma determinada regra moral porque, refletindo eticamente sobre ela, considero-a equivocada, ultrapassada ou simplesmente errada.

Um exemplo famoso é o de Rosa Parks, a costureira negra que, em 1955, na cidade de Montgomery, no Alabama, nos Estados Unidos, desobedeceu à regra existente de que a maioria dos lugares dos ônibus era reservada para pessoas brancas. Já com certa idade, farta daquela humilhação moralmente oficial, Rosa se recusou a levantar para um branco sentar. O motorista chamou a polícia, que prendeu a mulher e a multou em dez dólares. O acontecimento provocou um movimento nacional de boicote aos ônibus e foi a gota d’água de que precisava o jovem pastor Martin Luther King para liderar a luta pela igualdade dos direitos civis.

No ponto de vista dos brancos racistas, Rosa foi imoral, e eles estavam certos quanto a isso. Na verdade, a regra moral vigente é que estava errada, a moral é que era estúpida. A partir da sua reflexão ética a respeito, Rosa pôde deliberada e publicamente desobedecer àquela regra moral.

Entretanto, é comum confundir os termos ética e moral, como se fossem a mesma coisa. Muitas vezes se confunde ética com espírito de corpo, que tem tudo a ver com moral mas nada com ética. Um médico seguiria a “ética” da sua profissão se, por exemplo, não “dedurasse” um colega que cometesse um erro grave e assim matasse um paciente. Um soldado seguiria a “ética” da sua profissão se, por exemplo, não “dedurasse” um colega que torturasse o inimigo. Nesses casos, o tal do espírito de corpo tem nada a ver com ética e tudo a ver com cumplicidade no erro ou no crime.

Há que proceder eticamente, como o fez o profeta Maomé: não seguir as regras morais sem pensar, só porque são regras, e sim pensar sobre elas para encontrar a atitude e a palavra mais decentes, segundo o seu próprio julgamento.

AULA 02

aráter Histórico da Moral

por Breno Lucano

Ontem li um folder, provavelmente de instrumentalização religiosa, que dizia que a perda de valores morais na juventude leva ao uso de drogas e violência. Disseram drogas e violência, mas implicitamente entende-se também homossexualidade, pedofilia, distanciamento do núcleo familiar. Essas afirmações merecem algumas reflexões detalhadas.

Vamos por partes. O primeiro ponto que se deve considerar é quanto à suposta perda de valores morais. Sempre recorro a experiência de Comte-Sponville nesse sentido quando, ao perguntar numa sala de aula para seus alunos se eles possuíam moral, eles disseram "não". Ora, mas nenhum deles, em nenhum momento, seria capaz de matar uma idosa indefesa ou de extrair o rim de uma criança e vender para o mercado negro. Quando Comte-Sponville usou a expressão moral, os alunos rapidamente associaram ao conjunto normativo religioso: amar pai e mãe, distanciar-se da tentação, evitação do sexo antes do casamento. São valores morais, é certo, e disso não duvidamos. Mas evitar a morte de uma criança também o é. Se ambos possuem conteúdo axiológico - são valores -, então porque alguns possuem resistência e outros são obedecidos sem reflexão, instantaneamente, prontamente?

O outro ponto que devemos considerar é que a moral surge quando o homem supera sua natureza puramente instintiva e passa a viver e privilegiar a coletividade. A moral surge como um mecanismo de regulação das relações entre indivíduos entre si e indivíduos e comunidade. Essas regulações historicamente se manifestaram na tentativa do homem de subsistir e defender-se e traduziu-se no uso de ferramentas, ou, em outras palavras, no trabalho. A fragilidade das forças humanas diante do mundo que o rodeia determina que, para enfrenta-lo e tentar dominá-lo, reúna todos os esforços possíveis para superá-lo. Assim, o trabalho assume função coletivista tão como a vida social assume função social: entende-se que, apenas reunidos seriam capazes de existir. Assim, nasce a moral com a finalidade de assegurar a concordância do comportamento de cada um com os interesses coletivos.

Os juízos Bom e Mal passam a deter conotação coletiva. É visto como um Bem tudo quanto for capaz de favorecer os interesses coletivos e Mau tudo quanto for contrário o que for capaz de debilitar ou minar a união. Estabelece-se, assim, uma linha divisória entre o que se espera - o Bem - e o que se deve evitar - o Mal -, baseado numa série normativa de comportamentos: todos são obrigados a trabalhar, a lutar contra os inimigos da tribo, etc. Essas normas comportam o desenvolvimento de adjetivos que a justifiquem e contribuam, como a solidariedade, ajuda mútua, disciplina, amor aos filhos da mesma tribo. Pelo mesmo motivo, tudo quanto mais tarde foi chamado vício foi qualificado como preguiça, egoísmo, etc.

Com o desenvolvimento progressivo da sociedade, o trabalho produziu desigualdades entre seus membros. A justiça distributiva, antes um Bem social, passa a ser desvalorizada em prol da produção. Comunidades passam a produzir mais que outras e, mais tarde Cidades-Estado. Prisioneiros de guerra passam a ser escravos, algo que inexistia nas comunidades primitivas. E a importância da escravidão perpassava todo o código de ética social. Era Bom e útil que a sociedade tivesse escravos.

No medievo os homens livres das cidades, como artesãos, pequenos industriais e comerciantes, estavam obrigados a oferecer certas prestações em troca de proteção ao seu Senhor que, a seu turno, estava submetido a um rei ou imperador. Nesse universo, inseriu-se também a Igreja, dado que possuía seus próprios feudos ou terras. A Igreja era proprietária do Senhor Supremo do qual todos os outros senhores deviam vassalagem, exercendo, portanto, poder indiscutível em toda a vida cultural e moral da sociedade. Por outro lado, a divisão social em estamentos e corporações produziu diversas morais. Assim, vimos o surgimento do código moral dos nobres e cavaleiros; o código moral de cada ordem religiosa, em seus mais variados estatutos; códigos das corporações; códigos universitários. Rodeia o imaginário popular em especial o código moral cavalheiresco, por seu desprezo pelo trabalho físico e sua exaltação ao ócio e a guerra. Era necessário que o nobre se exercitasse nas virtudes cavalheirescas: montar a cavalo, nadar, atirar flechas, esgrimar, prestar corte à dama.

E nasce a burguesia. A produção individual ultrapassou o entendimento da vassalagem e da natural diferença entre as pessoas, antes inquestionável. Cada um, agora, confia unicamente em suas próprias forças, busca seu bem-estar, ainda que tenha que passar pelos demais, ainda que tenha que vender um rim no mercado negro. Progressivamente a moral se alterou de uma simples relação de vassalo e seu Senhor, com todos os imperativos subjetivos com ele condinzentes a uma relação de perpétua concorrência de uns com os outros. A moral passa a ser intensamente egoísmo e individualista.

A moral coletivista dos povos primitivos foi substituído pela escravocrata, pelo culto à guerra, que foi transfigurada segundo os designos de Deus e Sua vontade, alterada pela busca individual por sobrevivência num mundo de perpétua concorrência e disputa. A servidão feminina foi substituída por militante luta por igualdade de direitos com os homens. Os negros conquistaram espaços sociais, com o direitos de assitir a missa com os brancos, de serem libertos, poderem votar e conquistar cidadania. Indígenas antes considerados aliados em guerra, quando não escravos dos portugueses, conquistam loteamento para a proteção de sua cultura e tradição. Os gays, antes considerados como doentes e submetidos à castração e tortura em supostas clínicas para superar seu desvio antes de Stonewall passam a ser entendidos como cidadãos plenos juridicamente, podendo até mesmo casar em alguns países. Deficientes físicos, antes explorados e humilhados em circo de horrores do século XIX, agora possuem direitos e deveres como qualquer outro cidadão.

A título de exemplo, há algo entorno de cinco anos, lancei no Portal Veritas as mesmas perguntas que hoje se encontram como enquete: 1) a união homoafetiva deve ser reconhecida?; e 2) a homofobia deve ser criminalizada? Na época a diferença entre sim e não foi surpreendente. A maioria dos votantes não gostaria que a união homoafetiva fosse reconhecida e que a homofobia não fosse criminalizada. Hoje, até o momento, com as mesmas perguntas, temos que 85% dos votantes aprovam a união homoafetiva e 92% aprovam a criminalização.

Não há moral que não se altere com a sociedade, não há Bem que não seja construção social. Assim, se pensarmos no folder que li no  início do texto, certamente temos um entendimento limitado do que é moral e sua verdadeira função e estruturação. Moral é sempre dinâmica, estabelecida, continuamente construída e variável de espaço em espaço, de tempo em tempo.

AULA 01 - 02 - PRIMEIROS ANOS E.E. RUI BARBOSA


AULAS DO PRIMEIROS ANOS DE FILOSOFIA

AULA 01

A palavra Filosofia vem do grego e em suaFIlósofo etimologia, aborda o significado sintético: philos ou philia que quer dizer amor ou amizade; e sophia, que significa sabedoria; ou seja, literalmente significa amor ou amizade pela sabedoria.

        A palavra, nessa concepção que temos, surgiu com Tales de Mileto (aproximadamente em 595 a.C), e ganhou especial sentido com Pitágoras (aproximadamente em 463 a.C). E, sobre esses e outros filósofos, trataremos mais a fundo ao longo do site.

        A Filosofia é o estudo das inquietações e problemas da existência humana, dos valores morais, estéticos, do conhecimento em suas diversas manifestações e conceitos, visando à verdade; porém, sem se considerar como verdade absoluta, nem tentando achar essa máxima como verdade absoluta.

       Ela se distingue de outras vertentes de conhecimento como a mitologia grega e a religião, visto que tenta, por meio do pensamento racional, explicar os fenômenos e questões humanas. Mas também não pode ser igualada em termo de métodos às ciências que têm a pesquisa empírica e experimentos práticos como fundamentos, uma vez que a Filosofia não se atém (não sendo descartada essa hipótese) a experimentos. Os métodos dos estudos filosóficos estão fundamentados na análise do pensamento, experiências práticas e da mente, na lógica e na análise conceitual.

       A origem da Filosofia como ciência, ou mesmo como forma de estudo das inquietações humanas surge no século VI a.C, na Grécia antiga, que é chamada de “o berço da Filosofia ocidental”.  

       Os primeiros pensadores chamados filósofos  foram Tales, Pitágoras, Heráclito e Xenófanes que, na época, concentravam seus esforços templeem tentar responder racionalmente às questões da realidade humana.

        Numa época em que praticamente tudo era explicado através da mitologia e da ação dos deuses, esses pensadores buscavam, em pensamentos lógicos e racionais, explicar qual a fundamentação e a utilidade dos valores morais na sociedade da época. Também queriam identificar as características do conhecimento puro, as origens das coisas e dos fatos e outras indagações que surgiam conforme o caminhar intelectual da época.

        Diversas questões levantadas por esses filósofos ainda hoje são focos e temas de debate e pesquisa da Filosofia contemporânea.

        Na idade antiga e idade média, a Filosofia teve o seu ápice, abordando praticamente todas as áreas científicas conhecidas, além de indagar e buscar esclarecer questões pertinentes da época. Os filósofos dedicavam seus estudos desde coisas extremamente abstratas como o “Ser enquanto ser”     passando por questões exatas como as reações químicas, queda de corpos, fenômenos naturais, etc.

            Com o seu eixo primordial em questões variadas  no início de seu surgimento, ela foi, com o passar do tempo,  se “lapidando”, chegando à Idade Moderna fundamentada em questões abstratas e gerais, tais como os questionamentos mais frequentes da humanidade, questões esta consideradas importantes para os surgimento, aprimoramento e desenvolvimento das demais ciências e áreas do conhecimento.

        Tendo em vista o fato de que a maioria das questões gerais e abstratas do ser humano não poderia ser confiável nem convenientemente tratadas  de maneira empírica e experimental, como se observa na maioria das ciências, esse tipo de discussão passa a ter um caráter filosófico e importantíssimo para que se entendesse o que viria a seguir no tocante à ciência, de um modo geral.

A palavra filosofia tem origem grega. O termo philia significa amizade e sophia, sabedoria. Temos assim a “amizade pela sabedoria”, o desejo de estar próximo do saber, do conhecimento verdadeiro.

Se pensarmos que a filosofia é a ação de refletir sobre tudo, que é a investigação curiosa para descobrir a verdade das coisas, então a filosofia surgiu com o primeiro homem racional. Porém, a curiosidade alicerçada em uma forma de pensar lógica e racional só surgiu muito tempo depois.

A filosofia, como a entendemos hoje, tem seu início no século VI a.C., na Grécia Antiga. Poderia ter surgido em qualquer lugar, mas naquele momento da história diversas coisas ocorriam para que ali fosse seu começo.

A Grécia Antiga vivia um momento de auge de sua cultura. O comércio com outros povos trouxe conhecimento. A produção artística era muito ativa. Havia os jogos olímpicos. A linguagem, moeda e tecnologia (de arquitetura e militar) também marcaram esse período.

Entretanto, naquele momento iniciou-se uma nova tentativa de responder os questionamentos sobre a existência. Se, para alguns, as narrações fantásticas da mitologia serviam para explicar o mundo, suas catástrofes, seu clima, sua organização, sua origem; outras pessoas começaram a procurar respostas fora dos mitos.

Tales de Mileto (624-5 – 556-8 a.C.) é considerado o primeiro filósofo. Os fragmentos que restaram de seus escritos nos mostram a tentativa dele em explicar sobre o que forma o mundo. Para ele, existe um elemento material que forma todas as coisas, a água. Podemos encontrar água em todos os locais. Ao furar o solo, se nos cortamos, dentro do tronco das árvores, nas rochas das nascentes dos rios. Se a água está em tudo, é porque ela forma tudo. Esta maneira de explicar o mundo, usando a razão, é que irá diferenciar a filosofia da mitologia.

Porém, Tales nunca se chamou filósofo. A palavra “filósofo” apareceu anos mais tarde, com um homem chamado Pitágoras (570-1 – 496-7 a.C.). Ele, famoso hoje pelo teorema matemático que leva o seu nome, é que se considerou um “amigo da sabedoria”.

 

AULA 02

 

Etimologia da palavra filosofia.

A palavra filosofia é grega. É composta por duas outras: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio.

Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber.

Assim, filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.

Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de Samos (que viveu no século V antes de Cristo) a invenção da palavra filosofia. Pitágoras teria afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando­se filósofos.

Para Pitágoras o filósofo não é movido por interesses comerciais – não coloca o saber como propriedade sua, como uma coisa para ser comprada e vendida no mercado; também não é movido pelo desejo de competir – não faz das idéias e dos conhecimentos uma habilidade para vencer competidores ou “atletas intelectuais”; mas é movido pelo desejo de observar, contemplar, julgar e avaliar as coisas, as ações, a vida; em resumo, pelo desejo de saber.

AULA 01 - 02 - PRIMEIROS ANOS E.E. RUI BARBOSA


AULAS DO PRIMEIROS ANOS DE FILOSOFIA

AULA 01

A palavra Filosofia vem do grego e em suaFIlósofo etimologia, aborda o significado sintético: philos ou philia que quer dizer amor ou amizade; e sophia, que significa sabedoria; ou seja, literalmente significa amor ou amizade pela sabedoria.

        A palavra, nessa concepção que temos, surgiu com Tales de Mileto (aproximadamente em 595 a.C), e ganhou especial sentido com Pitágoras (aproximadamente em 463 a.C). E, sobre esses e outros filósofos, trataremos mais a fundo ao longo do site.

        A Filosofia é o estudo das inquietações e problemas da existência humana, dos valores morais, estéticos, do conhecimento em suas diversas manifestações e conceitos, visando à verdade; porém, sem se considerar como verdade absoluta, nem tentando achar essa máxima como verdade absoluta.

       Ela se distingue de outras vertentes de conhecimento como a mitologia grega e a religião, visto que tenta, por meio do pensamento racional, explicar os fenômenos e questões humanas. Mas também não pode ser igualada em termo de métodos às ciências que têm a pesquisa empírica e experimentos práticos como fundamentos, uma vez que a Filosofia não se atém (não sendo descartada essa hipótese) a experimentos. Os métodos dos estudos filosóficos estão fundamentados na análise do pensamento, experiências práticas e da mente, na lógica e na análise conceitual.

       A origem da Filosofia como ciência, ou mesmo como forma de estudo das inquietações humanas surge no século VI a.C, na Grécia antiga, que é chamada de “o berço da Filosofia ocidental”.  

       Os primeiros pensadores chamados filósofos  foram Tales, Pitágoras, Heráclito e Xenófanes que, na época, concentravam seus esforços templeem tentar responder racionalmente às questões da realidade humana.

        Numa época em que praticamente tudo era explicado através da mitologia e da ação dos deuses, esses pensadores buscavam, em pensamentos lógicos e racionais, explicar qual a fundamentação e a utilidade dos valores morais na sociedade da época. Também queriam identificar as características do conhecimento puro, as origens das coisas e dos fatos e outras indagações que surgiam conforme o caminhar intelectual da época.

        Diversas questões levantadas por esses filósofos ainda hoje são focos e temas de debate e pesquisa da Filosofia contemporânea.

        Na idade antiga e idade média, a Filosofia teve o seu ápice, abordando praticamente todas as áreas científicas conhecidas, além de indagar e buscar esclarecer questões pertinentes da época. Os filósofos dedicavam seus estudos desde coisas extremamente abstratas como o “Ser enquanto ser”     passando por questões exatas como as reações químicas, queda de corpos, fenômenos naturais, etc.

            Com o seu eixo primordial em questões variadas  no início de seu surgimento, ela foi, com o passar do tempo,  se “lapidando”, chegando à Idade Moderna fundamentada em questões abstratas e gerais, tais como os questionamentos mais frequentes da humanidade, questões esta consideradas importantes para os surgimento, aprimoramento e desenvolvimento das demais ciências e áreas do conhecimento.

        Tendo em vista o fato de que a maioria das questões gerais e abstratas do ser humano não poderia ser confiável nem convenientemente tratadas  de maneira empírica e experimental, como se observa na maioria das ciências, esse tipo de discussão passa a ter um caráter filosófico e importantíssimo para que se entendesse o que viria a seguir no tocante à ciência, de um modo geral.

A palavra filosofia tem origem grega. O termo philia significa amizade e sophia, sabedoria. Temos assim a “amizade pela sabedoria”, o desejo de estar próximo do saber, do conhecimento verdadeiro.

Se pensarmos que a filosofia é a ação de refletir sobre tudo, que é a investigação curiosa para descobrir a verdade das coisas, então a filosofia surgiu com o primeiro homem racional. Porém, a curiosidade alicerçada em uma forma de pensar lógica e racional só surgiu muito tempo depois.

A filosofia, como a entendemos hoje, tem seu início no século VI a.C., na Grécia Antiga. Poderia ter surgido em qualquer lugar, mas naquele momento da história diversas coisas ocorriam para que ali fosse seu começo.

A Grécia Antiga vivia um momento de auge de sua cultura. O comércio com outros povos trouxe conhecimento. A produção artística era muito ativa. Havia os jogos olímpicos. A linguagem, moeda e tecnologia (de arquitetura e militar) também marcaram esse período.

Entretanto, naquele momento iniciou-se uma nova tentativa de responder os questionamentos sobre a existência. Se, para alguns, as narrações fantásticas da mitologia serviam para explicar o mundo, suas catástrofes, seu clima, sua organização, sua origem; outras pessoas começaram a procurar respostas fora dos mitos.

Tales de Mileto (624-5 – 556-8 a.C.) é considerado o primeiro filósofo. Os fragmentos que restaram de seus escritos nos mostram a tentativa dele em explicar sobre o que forma o mundo. Para ele, existe um elemento material que forma todas as coisas, a água. Podemos encontrar água em todos os locais. Ao furar o solo, se nos cortamos, dentro do tronco das árvores, nas rochas das nascentes dos rios. Se a água está em tudo, é porque ela forma tudo. Esta maneira de explicar o mundo, usando a razão, é que irá diferenciar a filosofia da mitologia.

Porém, Tales nunca se chamou filósofo. A palavra “filósofo” apareceu anos mais tarde, com um homem chamado Pitágoras (570-1 – 496-7 a.C.). Ele, famoso hoje pelo teorema matemático que leva o seu nome, é que se considerou um “amigo da sabedoria”.

 

AULA 02

 

Etimologia da palavra filosofia.

A palavra filosofia é grega. É composta por duas outras: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio.

Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber.

Assim, filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.

Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de Samos (que viveu no século V antes de Cristo) a invenção da palavra filosofia. Pitágoras teria afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando­se filósofos.

Para Pitágoras o filósofo não é movido por interesses comerciais – não coloca o saber como propriedade sua, como uma coisa para ser comprada e vendida no mercado; também não é movido pelo desejo de competir – não faz das idéias e dos conhecimentos uma habilidade para vencer competidores ou “atletas intelectuais”; mas é movido pelo desejo de observar, contemplar, julgar e avaliar as coisas, as ações, a vida; em resumo, pelo desejo de saber.

TEXTO AULA O1- 2º ANOS . E.E.RUI BARBOSA

Caixa de texto: PENSANDO NOSSO TEMPO
-Leia a notícia abaixo para  depois responder as questões.
Estudantes protestam contra aumento de salário deputados em frente à assembléia

Estudantes e sindicalistas realizaram um protesto em frente à Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) na tarde desta segunda-feira (27) contra o reajuste de 61,8% nos vencimentos dos deputados estaduais. A manifestação ocorreu simultaneamente em diversas capitais brasileiras, contra ao aumento dos salários de deputados federais e senadores no Congresso Nacional. Segundo os manifestantes, a ideia é mostrar que a população não se conforma com o aumento que elevou de R$ 12.384,00 para R$ 20.042,34 o salário dos parlamentares, aprovado na última terça-feira (21). 

Universitários como Thiago Moreira de Carvalho, 21 anos, estiveram com narizes de palhaço, cartazes e distribuíram um manifesto de repúdio em relação ao aumento dos parlamentares. "O capixaba precisa ficar atento a essas coisas. Precisa protestar mesmo. De uma forma civilizada e trazendo os esclarecimentos para toda a população. É preciso fazer um barulho para o povo ficar ciente da situação", afirmou. 

Em frente a um carro de som que chamou a atenção dos cidadãos que passaram em frente à escadaria da Assembleia, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Espírito Santo (Sindipúblicos-ES), Gerson Correia de Jesus, afirmou que o aumento foi legal do ponto de vista da lei, mas imoral do ponto de vista da ética de um representante público. "O aumento em si está previsto em lei. O que não podemos aceitar é essa imoralidade do momento. Um aumento desses concedido em fim de mandato, com a chegada de novos deputados e com os atuais fazendo isso com a sociedade. Não podemos aceitar isso. Deveria ser respeitado pelo menos o que é dado à sociedade. O reajuste do salário mínimo, por exemplo, foi de 6%", explicou. (A GAZETA)

1. Por que os políticos são pessoas geralmente acusadas de cometer atos imorais?
2. O que você entende quando os manifestantes dizem que o aumento foi “legal mas imoral”?
3. Para você o que define uma ação moral e uma ação imoral?
4. Você também considera que o aumento dos salários dos deputados é imoral? Justifique sua resposta.

AULA O1 PRIMEIROS E SEGUNDOS ANOS E.E. RUI BARBOSA


Aula o1 2º Anos

Etimologia da palavra filosofia.

A palavra filosofia é grega. É composta por duas outras: philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio.

Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber.

Assim, filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.

Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de Samos (que viveu no século V antes de Cristo) a invenção da palavra filosofia. Pitágoras teria afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando­se filósofos.

Para Pitágoras o filósofo não é movido por interesses comerciais – não coloca o saber como propriedade sua, como uma coisa para ser comprada e vendida no mercado; também não é movido pelo desejo de competir – não faz das idéias e dos conhecimentos uma habilidade para vencer competidores ou “atletas intelectuais”; mas é movido pelo desejo de observar, contemplar, julgar e avaliar as coisas, as ações, a vida; em resumo, pelo desejo de saber.

 

Origem da Filosofia

      A palavra Filosofia vem do grego e em sua FIlósofo etimologia, aborda o significado sintético: philos ou philia que quer dizer amor ou amizade; e sophia, que significa sabedoria; ou seja, literalmente significa amor ou amizade pela sabedoria.

        A palavra, nessa concepção que temos, surgiu com Tales de Mileto (aproximadamente em 595 a.C), e ganhou especial sentido com Pitágoras (aproximadamente em 463 a.C). E, sobre esses e outros filósofos, trataremos mais a fundo ao longo do site.

        A Filosofia é o estudo das inquietações e problemas da existência humana, dos valores morais, estéticos, do conhecimento em suas diversas manifestações e conceitos, visando à verdade; porém, sem se considerar como verdade absoluta, nem tentando achar essa máxima como verdade absoluta.

       Ela se distingue de outras vertentes de conhecimento como a mitologia grega e a religião, visto que tenta, por meio do pensamento racional, explicar os fenômenos e questões humanas. Mas também não pode ser igualada em termo de métodos às ciências que têm a pesquisa empírica e experimentos práticos como fundamentos, uma vez que a Filosofia não se atém (não sendo descartada essa hipótese) a experimentos. Os métodos dos estudos filosóficos estão fundamentados na análise do pensamento, experiências práticas e da mente, na lógica e na análise conceitual.

       A origem da Filosofia como ciência, ou mesmo como forma de estudo das inquietações humanas surge no século VI a.C, na Grécia antiga, que é chamada de “o berço da Filosofia ocidental”.  

       Os primeiros pensadores chamados filósofos  foram Tales, Pitágoras, Heráclito e Xenófanes que, na época, concentravam seus esforços templeem tentar responder racionalmente às questões da realidade humana.

        Numa época em que praticamente tudo era explicado através da mitologia e da ação dos deuses, esses pensadores buscavam, em pensamentos lógicos e racionais, explicar qual a fundamentação e a utilidade dos valores morais na sociedade da época. Também queriam identificar as características do conhecimento puro, as origens das coisas e dos fatos e outras indagações que surgiam conforme o caminhar intelectual da época.

        Diversas questões levantadas por esses filósofos ainda hoje são focos e temas de debate e pesquisa da Filosofia contemporânea.

        Na idade antiga e idade média, a Filosofia teve o seu ápice, abordando praticamente todas as áreas científicas conhecidas, além de indagar e buscar esclarecer questões pertinentes da época. Os filósofos dedicavam seus estudos desde coisas extremamente abstratas como o “Ser enquanto ser”     passando por questões exatas como as reações químicas, queda de corpos, fenômenos naturais, etc.

            Com o seu eixo primordial em questões variadas  no início de seu surgimento, ela foi, com o passar do tempo,  se “lapidando”, chegando à Idade Moderna fundamentada em questões abstratas e gerais, tais como os questionamentos mais frequentes da humanidade, questões esta consideradas importantes para os surgimento, aprimoramento e desenvolvimento das demais ciências e áreas do conhecimento.

        Tendo em vista o fato de que a maioria das questões gerais e abstratas do ser humano não poderia ser confiável nem convenientemente tratadas  de maneira empírica e experimental, como se observa na maioria das ciências, esse tipo de discussão passa a ter um caráter filosófico e importantíssimo para que se entendesse o que viria a seguir no tocante à ciência, de um modo geral.